Associações entre a vitamina D e os principais sintomas do TEA: uma revisão abrangente
O artigo "Associations Between Vitamin D and Core Symptoms in ASD: An Umbrella Review", publicado na revista Nutrition and Dietary Supplements (2024), realiza uma revisão de revisões sistemáticas e meta-análises para avaliar a relação entre a vitamina D e os sintomas centrais do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Abaixo está um resumo dos principais pontos:
Última revisão da página: 29 de maio de 2025 11h30min
Associações entre a vitamina D e os principais sintomas do TEA: Contexto e Objetivo:
O TEA é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada por dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos, frequentemente acompanhados por sintomas como ansiedade social, déficits de atenção, hiperatividade, distúrbios do sono e problemas gastrointestinais.
A prevalência do TEA aumentou significativamente, afetando cerca de 1 em 31 crianças nos Estados Unidos (2025), sendo influenciada por fatores genéticos e ambientais. Estudos indicam que indivíduos com TEA apresentam níveis mais baixos de vitamina D em comparação com pares típicos.
Metodologia:
A revisão incluiu 9 estudos (6 em inglês e 3 em chinês, publicados entre 2011 e 2023), selecionados após triagem rigorosa de títulos, resumos e textos completos, com base em um protocolo preestabelecido.
Foram analisados estudos experimentais e observacionais, abrangendo 4.663 participantes, com foco na associação entre vitamina D e sintomas centrais do TEA.
Resultados principais:
Deficiência de Vitamina D: A deficiência de vitamina D no início da vida foi identificada como um fator de risco para o desenvolvimento do TEA. Crianças com TEA apresentam níveis reduzidos de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D) em comparação com controles.
Efeito da Suplementação: A suplementação de vitamina D foi associada à melhora dos sintomas centrais do TEA, como dificuldades de comunicação social e comportamentos repetitivos. Estudos sugerem que a suplementação precoce pode ter um papel preventivo.
Mecanismos Biológicos: A vitamina D atua como um neuroesteróide com papéis neuroprotetores, influenciando a regulamentação e distribuição celular, imunomodulação e regulação de neurotransmissores. Deficiências podem levar a disfunções sinápticas, tensão e estresse oxidativo, que estão associadas ao TEA.
Variações Genéticas: Alterações no gene do receptor da vitamina D (VDR) foram correlacionadas com maior prevalência de TEA, proporcionando uma interação entre genética e metabolismo da vitamina D.
Limitações:
A heterogeneidade nos desenhos dos estudos, doses de suplementação, durações de tratamento e populações analisadas dificulta a consistência dos resultados.
A causalidade entre deficiência de vitamina D e TEA não foi estabelecida, sendo necessários mais estudos para esclarecer os mecanismos envolvidos.
Os efeitos a longo prazo da suplementação de vitamina D no TEA ainda não foram determinados, e ensaios clínicos controlados são recomendados.
Conclusões:
A suplementação de vitamina D parece benéfica para crianças com TEA, especialmente quando iniciada cedo, mas a relação causal e os mecanismos exatos requerem mais investigação.
A revisão destaca a importância de avaliar os níveis de vitamina D em indivíduos com TEA e considerar a suplementação como parte do manejo clínico, embora não seja a única estratégia terapêutica.
Considerações Finais:
Apesar das evidências promissoras, os autores enfatizam a necessidade de ensaios clínicos randomizados e estudos mecanísticos para confirmar os benefícios da vitamina D e estabelecer diretrizes de suplementação.
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para cuidados ou conselhos médicos profissionais. Entre em contato com um profissional de saúde ou educação especial se tiver dúvidas.
Referência
O tratamento envolve intervenções de diversas áreas como psicólogos, médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais entre outros, além da orientação de pais, cuidadores, amigos etc.
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